Thursday, May 13, 2010

O jiló

As vitrines observando-a passar na avenida paulista nem sequer imaginam a aflição em teus olhos d'agua.

Ai, o amor... Instrumento de profunda discórdia e prazer. Prazer que se enrosca em peles e termina com o último arfar do coração ferido.
Ai, que gosto amargo é amar! Tal qual um pequeno, verde e duro... Jiló!
Lembro-me da velha senhora na varanda de seu casebre lá no roçado chupando jiló... Chupando jiló e amando o seu homem loucamente. Amando seu homem loucamente á cinquenta anos!
E vejo-me quão longe estou da avenida paulista, meu deus! - penso enquanto caminho por ela observando as vitrines.



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para Daniel.
queria ser a velha senhora.