Monday, September 24, 2007

Especificação do Ódio

As vezes quando nas veias nos sobe veneno
que corroe corpo e nos destroe as entranhas
veneno este que traz dor, cega e sem sentido
rasgamos os ceus que nos iluminam, estraçalhamos a relva em que pisamos,
maltratamos a lua com falsas injúrias
e comemos o sol.

Depois, quando o que sobra é o vazio, pois o nada nada mais é,
nos arrependemos, choramos, e pedimos perdão.
como se bastasse apenas nos arrependermos de nossos piores pecados d'alma.
Mas tudo não mais importa , pois nada mais há.
E sofremos com isso.

Paula Oliveira

Wednesday, September 19, 2007

"Porque o céu é azul?"

A bagagem vazia não diz quem você é.
Os conhecimentos que cada um adquire na vida devem ser passados, divulgados como grandes vitórias contadas por trovadores em noites chuvosas.
Se a pessoa é vazia, não tem o que falar, é um ninguém, poucas pessoas lembrarão dela.Podem ser pessoas importantes.... mas só para ele.

Quanto mais se sabe mais se é uma pessoa brilhante. Não é só o conhecimento, o "dois mais dois", é a sabedoria. É saber porque o céu é azul, ou o nome das nuvens, ou as mais diversas lendas gregas. "E há utilidade nisso?"- você me pergunta. "Você não gostaria de saber porque o céu é azul?"

A sabedoria que cada um tem é diferente. Uns sabem de muitas coisas, outras de tudo um pouco, uns sabem bem superficialmente. E outros...não sabem nada. O saber é o que nos diferencia dos outros. É o que nos torna melhores ou piores que as outras pessoas. Mas sejamos humildes! E iremos aprender com o outro.

Um sábio uma vez me contou por entre as linhas de seus textos que todos somos bobos. Bobos diferentes, mas somos. Existem os bobos que se maravilham com as coisas, mas não querem aprender sobre elas. Ainda não é a hora. Também há um bobo que sabe o que é a coisa e acha que sabe tudo. E por ultimo há o bobo que sabe de tudo, e é ai que ele percebe que o saber é uma virtude, e ao perceber isso ele relamente entende o significado disso. Não é o saber em si, é a pessoa que você se torna ao saber de tudo.

Eu valorizo o saber. Porque é o que nos torna quem somos. É o que mostramos as pessoas. É o que nos imortaliza.
E a imortalidade, caro amigo, é algo que sempre almejamos.




Paula Oliveira

PS.: dedico minhas palavras aos grandes sábios como o meu pai.

Tuesday, September 11, 2007

A Morte e o Tempo

Sinto o Tempo passar. Não como um jovem corredor, ofegante e impetuoso, mas como um senhor, se arrastando pelas ruas lentamente, impassivo. Observo-o e me curvo, pois a firmeza de seus passos e o ranger de seus dentes, que seguram um arfar me causam arrepios. Eu temo seu olhar, tenho medo de que ele pare e me fite, em vez disso sigo-o discretamente. A imparcialidade com que vê as borboletas e a podridão me leva a crer que é um homem vivido. Naquele momento não acreditei na possibilidade de este senhor ser mais velho que a morte. E eu, encolhida o segui. Então, ele parou. E me olhou. E sorriu. Tal sensação, antes de medo, agora era boa, calma , como se aquele senhor fosse meu pai, que tinha me agraciado com um sorriso benevolente. Tal sensação era de paz.

Enfim eu me dei conta que eu tinha deixado de existir. Porque para mim, o Tempo parou, e me olhou.
Não me arrependo de tê-lo seguido, vivido seus passos e sentido sua respiração, pois no fim do caminho seu sorriso me mostrou que tudo isso valeu a pena.


Paula Oliveira